quarta-feira, 23 de setembro de 2009

VIAGEM



Coisas estranhas podem nos acontecer.
As luzes dos teus olhos podem viajar sobre o mar.
E sem eu perceber, estou nadando nos seus cabelos.
Inesperado, viajo com você.
Inesperado, estou com você até hoje.
Você está voando no mar que é minha mente.
Minhas ondas cerebrais te envolvem,
Então você flutua.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A MANSÃO

Anotações sobre a casa onde William Wilson, narrador do conto "William Wilson", estudou e cresceu. Baseado no conto de Edgar Allan Poe.

Sempre quando o narrador se refere à mansão onde foi sua primeira escola, onde viveu a maior parte da sua mais tenra fase, e onde grande parte da trama se desenvolve, ele a descreve como irregular e se utiliza de tons oníricos. Lugar de sonho, vetusta e com inúmeras amplas salas, era campo fértil para a imaginação, ou até mesmo um caminho à loucura. E todos esses atributos não se limitavam apenas à mansão, mas serviam também para toda a aldeia que ela se encontrava. A brumosa aldeia, possuía em suas entranhas largas sombras que recobriam suas avenidas. Casava-se perfeitamente com a atmosfera sinistra, porém, tranqüila da acadêmia. Um invólucro de sonho, loucura e imaginação.
A casa, de uma dimensão indizível, parecia ter o poder de absorver seus alunos, sorvendo-os por seus incontáveis aposentos. Os estudantes se perdiam facilmente dentro da mansão; viam-se desprovidos de qualquer senso de direção, não sabendo nem mesmo se estavam no térreo ou em algum outro andar superior.
“Mas a casa! Que edifício estranho e antigo!”, descreve o narrador. Eram corredores tortuosos que levavam a salas; salas que levavam a subsalas; subsalas que continham escadas que sem razão aparente passavam de um nível a outro. Uma mansão qual a mente humana é: múltiplos caminhos e possibilidades. Emaranhados.