sim estamos sozinhos
quase por decreto afastados
por força do egoísmo repelidos
cada um por si nos seus caminhos
notas musicais não partilhadas
tornam-se fendas rupturas
em almas tão desafinadas
que não têm graça nenhuma
torcendo pra dar tudo errado
eu não ligo eu vou em frente
pois a cair não estou fadado
por mais que pense diferente
acho que é isso mesmo
tão próximos mas tão distantes mentes
assim, tão distante amantes
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
terça-feira, 28 de outubro de 2014
VAZIO QUE NÃO ENCERRA NADA OU SÓ AR
é algo além daqui que eu busco
é uma procura incerta
por fronteiras desertas
mergulho no vazio
sob um céu sem estrelas
ou num mar de sereias
algo meio assim
sem sentido
sem destino
e vazio de razão.
o ar que respiro.
é uma procura incerta
por fronteiras desertas
mergulho no vazio
sob um céu sem estrelas
ou num mar de sereias
algo meio assim
sem sentido
sem destino
e vazio de razão.
o ar que respiro.
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
NIETZSCHE - ALÉM DO BEM E DO MAL
"Admitir o erro como condição da vida é rebelar-se
contra os atuais conceitos de valor, e uma filosofia que a tal se atreve
coloca-se por isso além do bem e do mal”.
- Nietzsche em Além do Bem e do Mal.
A frase é uma abordagem sobre nossa condição humana: vivemos
sempre sujeitos a errar durante nossa vida. É isso que nos faz humanos
(demasiadamente humanos, como o próprio Nietzsche diz), seres errantes sempre à
procura de uma verdade – seja ela individual ou em âmbito social. Mas a verdade
absoluta não existe, para existir deveríamos calar nossos pensamentos,
paralisar nossos passos e fechar nossos olhos. Nossa eterna busca, pode ser
também nossa eterna alegria em aprender com os erros.
Podemos errar e, admitindo-se os erros como condição da vida, voar acima do que se institui como moral ou verdade (valores de bem e mal). Aceitamos que podemos estar errados – e estaremos, sempre.
Chutar para longe as certezas que nos fazem acreditar que já
atingimos o ápice, a verdade, a razão, o tudo. Infamar todas as “certezas” e
valores da nossa sociedade em virtude de uma verdade desbrida, só nossa, livre,
que dê sentido, a cada indivíduo o seu próprio caminho.
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
SOBRE POSIÇÕES URBANAS HUMANAS
O HOMEM
PROJETADO
RECORTADO E
FORA DO LUGAR.
O verdadeiro lugar do Homem é mesmo aprisionado na cidade?
Ou apenas nos projetamos como seres urbanos, como personagens de um filme mal dirigido. Recortando nossa verdadeira essência para que se encaixe em prédios, escritórios e ruas de concreto. O céu nublado da cidade com nuvens de fumaça carbônica é o limite dessa pobre existência pela metade.
Podemos estar no lugar errado. Fazendo tudo errado. Fugindo de nós mesmos.
Então, conhecer-se dá o poder de transformar o que há de mais importante: o seu eu interior, sua identidade sem rótulos urbanos, sua essência mais íntima e verdadeira. É tempo de ser você mesmo.
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
sexta-feira, 4 de abril de 2014
MOSTRAR
Tenho me sentido sufocado. Atolado em tantos pensamentos.
Afogado em tantas palavras não ditas, num mar de sentimentos reprimidos. E um
tanto culpado por não saber nadar direito.
Mas, e se por acaso na realidade eu for um cara do mar?
Algum novo tipo de ser. Uma nova espécie humana capaz de viver nas profundezas
do oceano, sem precisar respirar este ar carregado, pesado e podre que paira na
nossa atmosfera hoje em dia.
Tudo bem, posso estar exagerando e sendo pretensioso demais.
Exagerando no ponto de dizer que não preciso sair para ver o sol e respirar de
vez em quando. Realmente preciso disso, eu admito. Embora muitas vezes o ar me
sufoque e o sol queime meu rosto. É a nossa condição de estarmos vivos, não é?
Todos nós necessitamos disso. E, afinal, eu estou nesse mundo e preciso dar as
caras. Mas, intimamente, meus mergulhos solitários nas profundezas do meu ser
também deverão sempre acontecer. Para que eu não me esqueça da minha
origem.
Então, o que eu tenho que aprender é, após mergulhar no meu mar de sentimentos, voltar à superfície e permitir-me ficar molhado por alguns momentos. Me aceitar assim, deixar que o sol seque aos poucos minha pele já queimada. Respirar profundo, deixar que o ar encha meus pulmões necessitados de ar após um longo mergulho.
E mostrar ao mundo essas gotas de água salgada que escorrerão pelo meu rosto. Mostrar que também choro.
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