Um livro humano na sua mais pura essência. Acompanha a ascensão da
individualidade de Emil Sinclair, um jovem que se desgarra das convenções, da
educação patriarcal e da moral advindas do universo familiar em que nasceu. Para isso, atravessa por
dois mundos: o luminoso (ideal), constituído pelo seu ambiente familiar, e o sombrio
(real), constituído pelo mundo externo com todos os seus encantos, mistérios e medos. Dessa dualidade de realidades em conflito nasce sua
individualidade. Assim ele cria suas próprias regras, seu sentido de vida
e vislumbra o nascimento do seu eu emancipado.
A trajetória, porém, é árdua. O caminho se dá por intensas reflexões sobre as imagens
inconscientes de seus sonhos (psicologia junguiana) e reviravoltas de seus
ideais e crenças a partir da observação do mundo que o cerca e assusta. Revolta-se com a
realidade e com a sociedade burguesa do seu tempo. E assim como na filosofia de Nietzsche, não admite
que os seres humanos sejam reduzidos a rebanho, o qual aceita tudo o que lhe
impõem de forma servil e resignada.
Emil Sinclair encontra-se então em si mesmo, ou assim irá perseguir até o fim dos seus
dias, construindo sua própria história de vida no mundo. Uma jornada
tendo como guia e amigo: Max Demian.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Vozes no meu subsolo
Vivo no meu subsolo. Aqui vem se acumulando a poeira trazida pelo vento da superfície, sempre que você abre a porta e me convida pra sair - e eu digo não. Um rápido instante até eu voltar à solidão. Meu íntimo calabouço.
Desacostumado à atmosfera lá de fora, quase me sufoco ao respirar. Pois a poeira trazida pelo vento é algo externo que não faz parte desse meu habitat. Nem de mim. Assim insisto em querer acreditar.
E é engraçado como não cismo em tentar escapar. Em escavar minhas velhas angústias e ver o mar, em alcançar o solo e ver o sol. Eu troco os sabores da vida por um pouco de paz.
Aqui sobrevivo com pouco. Minhas débeis palavras jogadas no chão empoeirado, inertes e já sem significado, é o que me satisfazem e me alimentam no momento. Porém não me dão esperança. Procuro disfarçar.
Mas como você mesmo diz, todos nós somos feitos da poeira das estrelas: talvez essa mesma poeira que insiste em entrar por minha porta. Então são as vozes das estrelas me dizendo pra tentar, tirar-me do sossego. E me lembrar de que de fato viemos da mesma matéria estelar. Um resgate universal.
Desacostumado à atmosfera lá de fora, quase me sufoco ao respirar. Pois a poeira trazida pelo vento é algo externo que não faz parte desse meu habitat. Nem de mim. Assim insisto em querer acreditar.
E é engraçado como não cismo em tentar escapar. Em escavar minhas velhas angústias e ver o mar, em alcançar o solo e ver o sol. Eu troco os sabores da vida por um pouco de paz.
Aqui sobrevivo com pouco. Minhas débeis palavras jogadas no chão empoeirado, inertes e já sem significado, é o que me satisfazem e me alimentam no momento. Porém não me dão esperança. Procuro disfarçar.
Mas como você mesmo diz, todos nós somos feitos da poeira das estrelas: talvez essa mesma poeira que insiste em entrar por minha porta. Então são as vozes das estrelas me dizendo pra tentar, tirar-me do sossego. E me lembrar de que de fato viemos da mesma matéria estelar. Um resgate universal.
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