É muito mais cômodo despejar nos outros a razão de todos os problemas do
mundo. É menos trabalhoso ao intelecto também. Generalizar e se eximir
da culpa, com a típica vida de pessoa de bem, de bons costumes, dos
arrotos de demagogia barata nos almoços de família em volta do gado
morto à mesa. Limitada visão e rasa análise sobre os fatos e sobre as
pessoas. Destilando em vinho mórbido sua moral excludente. Tudo para
conseguir deitar-se à noite com a cabeça no travesseiro crendo
que fez seu bom papel para a sociedade e que nada manchará sua imagem
de justiça seletiva e quase divina. Os céus o aguarda, com ruas de ouro
pilhado das Américas, outrora a terra invadida infestada de seres
descartáveis sem alma, sem pólvora e sem igreja.
O inferno são os
outros, já era dito décadas atrás. Mas, no final, opositores e aliados
compartilham do mesmo fogo que arde nossos corações, pela nossa pele,
chama nosso ódio ou aquece nosso amor.
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