quarta-feira, 30 de abril de 2008

Otimismo não é meu forte, admito.
E às vezes - na maioria das vezes posso dizer - meu pessimismo é sem motivo.

terça-feira, 22 de abril de 2008

TRISTEZAS DE RUBIAN, O PESSIMISTA

Palavras de uma pessoa próxima mesmo: “O Rubian é uma pessoa depressiva.” O Rubian diz: “Olhe a sua volta, quantas coisas deprimentes. Você acredita ter aprendido alguma coisa, mas quando vai pô-la em prática, percebe que na verdade não aprendeu merda nenhuma.”.

O Rubian é carregado de traumas, complexos, tristeza. E quando olha para a insignificância dos seus problemas, sente-se fraco a valer. Quantas pessoas têm traumas muito maiores e vivem tão felizes, contentes, alegres. Percebe que exagera um pouco. Realmente se esquece das virtudes – das suas virtudes. Parece que nos seus pensamentos não há espaço para o positivo, somente para o deprimente.

O Rubian rola horas na cama sem conseguir dormir. Sua cabeça não pára, teimam pensamentos demasiado lúgubres, soturnos mesmo. Pensamentos que implicam uma visão angustiante de tudo ao seu redor, deveras sobre tudo, principalmente acerca do quê é, e de sua falta de capacidade política, de sua dificuldade nos relacionamentos humanos. Procura sempre explicações externas para as suas sensações. É totalmente errante quanto a isso, tudo vem do seu interior.

O Rubian procura explicações para a sua falta de sono; talvez por ter se excedido um pouco no café, talvez por conta das várias horas em frente ao computador. Da mesma forma, ele procura justificativas para a sua profunda tristeza que insiste; talvez pelo dia ter nascido tão nublado com nuvens tão escuras, talvez pelo fato de a porcaria do pão ter caído das suas mãos com a manteiga virada para o chão.

sábado, 19 de abril de 2008

OS OCUPADÍSSIMOS

Não entendo porque as pessoas sempre vivem num tremendo esforço constante para se mostrarem ocupadas, mostrarem que sempre estão fazendo alguma coisa, por mais imbecil que seja. Mas é demais para elas, demonstrarem que não fazem na verdade nada. Preferem até mesmo dizer que estão ocupadas fazendo algo idiota e inútil. Para mim, tais pessoas, são as mais deprimentes. E me dá preguiça só em olhá-las esbanjando frivolidade. E falo sério. Pois eu acabo esquecendo tudo o que elas realmente são, e vendo somente o que elas querem parecer ser. Pura enganação por parte delas. As “pessoas ocupadas” com certeza são as mais hipócritas. E o pior é que, tal falsidade de identidade, acaba pegando, ofuscando a real pessoa por detrás dessa cortina de futilidades ocupacionais. Realmente não sou eu quem julga com a maior justiça de todos os julgamentos, nem sou um psicólogo ou algo que o valha. Portanto, prefiro distância de tais pessoas, e continuar somente observando-as com um olhar um tanto irônico. E digo: sou um desocupado, nos finais de semana, por exemplo.

domingo, 13 de abril de 2008

Aquele Que Possui Alma

Quem tem alma sente.
Nunca declara quem é, pois não o sabe.
Por vezes, olha-te e mente.
Mas a mentira, para a alma, é a dúvida de quem é.

Ter alma é metamorfosear-se.
É estar como a natureza, em constante mudança.
Mentira seria se nunca se alterasse.
Olha que mentira, uma alma presa na verdade.

domingo, 6 de abril de 2008

Rotina de Precipícios

Quantas vezes comecei a andar e, quando contei cem passadas, olhei para trás e vi que o precipício ainda se encontrava aos meus calcanhares. Logo, me perguntava se era eu que havia apenas imaginado ter andado, ou se o precipício que vinha me perseguindo.
É isso que se repete em todos os meus supostos dias. Me fazendo duvidar da minha existência. Embaralhando minha concepção do que é real e do que é imaginação.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Sem Metamorfoses - Os Dias Não Passam

Meus dias têm se repetido tanto, que tenho a impressão de ser sempre o mesmo dia toda vez, desde todo amanhecer até todo anoitecer. Sempre na mesma hora, aquele ônibus chega, aquela pessoa passa por mim, o sinaleiro fica vermelho, o carro faz a curva passando por cima da poça, a velha sorri para o pombo aos seus pés. E é sempre quando o pombo voa e bate as asas a poucos centímetros dos meus olhos é que eu desperto de uma leve sonolência.
O clima sempre frio e nublado, o sol nem aparece no céu. Por vezes, tal rotina estagnante, me leva a indagar se realmente estou vivo, a viver dia após dia, ou se estou num castigo póstumo, onde vivencio diariamente os exatos mesmos fatos.
Será que de depois de dormir, acordo no mesmo dia em que fui me deitar para dormir? Será que enquanto o meu inverno de dias nublados e sem sol nunca tem fim, as outras pessoas já curtiram o Verão, a Primavera e o Outono? Será que enquanto acredito estar vivendo dias, meses, anos, nenhuma taturana sequer virou uma borboleta?