quarta-feira, 5 de junho de 2013

ROSA AOS VERMES

Um dia eu tatuei uma rosa em cada braço para nunca mais me esquecer de expressar e dar vazão aos meus sentimentos. Para nunca me esquecer de demonstrar coisas bonitas para as pessoas próximas a mim e, principalmente, para mim mesmo. 

Sangrei. Me feri por isso. E levaria esses desenhos gravados na pele até o fim da minha vida. Pelo menos achava que assim ocorreria. 

Mas agora, depois que matei meu amor, é como se eu tivesse arrancado meus braços e os jogado no chão de terra úmida. 

Então eles apodrecerão fétidos no tempo. E eu assistirei aos vermes comerem meus braços jogados no chão. Aos vermes comerem as negras rosas. Aos vermes comerem meus sentimentos.

Ao menos ficarei feliz, com um estranho sorriso no canto dos lábios, por alguns momentos. Em alimentar tais seres. E, inclusive, em assistir à tudo isso. Aquelas rosas enfim servirão realmente para alguma coisa.