Um
dia eu tatuei uma rosa em cada braço para nunca mais me esquecer de expressar e
dar vazão aos meus sentimentos. Para nunca me esquecer de demonstrar coisas
bonitas para as pessoas próximas a mim e, principalmente, para mim mesmo.
Sangrei. Me feri por isso. E levaria
esses desenhos gravados na pele até o fim da minha vida. Pelo menos achava que
assim ocorreria.
Mas agora, depois que matei meu
amor, é como se eu tivesse arrancado meus braços e os jogado no chão de terra
úmida.
Então eles apodrecerão fétidos no tempo. E eu assistirei aos vermes comerem meus braços jogados no chão. Aos
vermes comerem as negras rosas. Aos vermes comerem meus sentimentos.
Ao menos ficarei feliz, com um
estranho sorriso no canto dos lábios, por alguns momentos. Em alimentar tais
seres. E, inclusive, em assistir à tudo isso. Aquelas rosas enfim servirão
realmente para alguma coisa.