sábado, 17 de julho de 2010

PÔR DO SOL DUAS VEZES

Eu estava com um grupo de pessoas, era de tardinha mas já escuro, já anoitecido. Então, subitamente, o céu clareou novamente e o sol começou a se pôr outra vez. Mas desta vez era algo mais belo que o normal. Pois todos sabiam: o sol se pôr duas vezes era algo que não acontecia todo dia. Era o habitual se transformando em fantástico.
Era lindo. As pessoas correram para ver essa maravilha. Porém, eu não pude. Minhas pernas me pareciam muito pesadas. Não conseguia andar. Me senti preso a alguma coisa desconhecida, invisível. Todos lá fora, de pé sobre o gramado assistindo ao segundo pôr do sol do dia. E eu cambaleando ao tentar andar, olhando para o chão e para minhas pernas quase estéreis, devorando minha consciência.
Entretanto, aquelas eram as MINHAS pernas. Eu realmente não podia culpar nada além de mim mesmo. Concluí também que no dia seguinte, se me fosse possível, eu não perderia a oportunidade de contemplar algo tão lindo como o pôr do sol, mesmo ele sendo o primeiro e único daquele dia que viria. Isso não faria dele menos belo, seria maravilhoso do mesmo jeito.

Um comentário:

Ana Delavigne disse...

Em homenagem ao dia do amigo, acho que mesmo que fosse pesado demais, eu com toda certeza carregaria um amigo para ver algo como um segundo pôr do sol. Pq é pra isso que servem os amigos, pra nos ajudar a suportar e superar todas as adversidades.
Vamos tocer pra próxima vez que isso acontecer eu esteja por perto!