terça-feira, 28 de junho de 2016

Por um desses caminhos

Alguns absurdos pra contar, era o que ele tinha, era o que sempre quisera ter coragem de dizer. Sentir o que estava à sua volta e recriar seu universo em algo mesmo incompreensível, pois o que deseja parece não ser racional. Engana-se. Acostuma-se com o cotidiano. Quantos sonhos já desperdiçara por ele próprio não acreditá-los? Então os deixa voarem para o céu e se transformarem em estrelas, apenas pontos distantes de luz e energia - à noite a vislumbrar. Quem sabe alguém ainda chegue a viajar na velocidade da luz, muitas histórias vai encontrar por esses caminhos. No dia a dia, não. Cala-se. E na solidão revive situações. Pena que só para ele mesmo.

Foi então numa de suas caminhadas solitárias pela cidade que viu, ao longe, seu pai. Furtivo, não fez questão de se mostrar, apenas observá-lo comprando pães numa padaria qualquer. Fazia muitos anos que não o via e ainda não sabia se sentia ou não saudades. Mas ficou impressionado ao constatar que o velho não envelhecera quase nada desde a última vez que o vira. E ele, Rubian, já tão castigado pelo tempo...

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