Tenho um apartamento branco no centro da cidade.
Minha namorada é linda.
Mas às vezes sou um pouco doentio.
Às vezes sinto-me corroído por dentro.
Trouxeram-me remédios da farmácia da rua ao lado.
Minha namorada fugiu.
Mas às vezes eu a vejo em mim.
Às vezes sinto-me preso a ela ainda.
(o tempo passa e voa)
Troco olhares doentios comigo mesmo.
E vejo as coisas assim:
Dentro de mim, é somente ela.
Fora de mim, são só os remédios.
(o tempo voa e leva pra longe)
Tenho agora uma sala só minha afastada da cidade e de tudo.
Minha namorada nem me viu.
Às vezes me carregam pra fora dessa sala.
E meus olhos vêem apenas jardins desbotados.
(é tempo de remédios)
Uma janela sem vidros.
Uma porta de ferro.
E remédios.
Um comentário:
Putz, amei teu blog. Esses texto são de autoria sua? Muito legal.
Visita o meu blog. Não é tão bom quanto o seu, mas eu chego lá.
bjos
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